Loteamentos crescem 38% no 2º trimestre: 30,8 mil novos lotes para venda
Diante do desempenho fraco na venda de imóveis residenciais prontos, a compra e venda de lotes tem ganhado espaço no mercado imobiliário de São Paulo. Ao longo do segundo trimestre o número de lotes 38%, mas não sustentou o avanço sinalizado pelos resultados bastante fortes do último trimestre de 2017.
Os dados são do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) e apontam o lançamento de 5,6 mil lotes residenciais espalhados por 12 loteamentos e com Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 641 milhões, 59% superior ao do mesmo período do ano passado. (R$ 402 milhões).
Ainda que a alta na comparação anual anime os empresários das 55 cidades mapeadas pelo estudo feito em parceria com a Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano (AELO), o desempenho de 2018 decepcionou quando comparado ao registrado entre outubro e dezembro do ano passado.
No último trimestre de 2017 foram lançados 36 loteamentos que reuniam mais de 15 mil lotes. No final do ano passado havia uma indicação de recuperação das vendas e dos lançamentos. Entretanto, essa sinalização acabou não ocorrendo no primeiro semestre deste ano, em virtude da instabilidade política e da greve dos caminhoneiros, que derrubaram a confiança de consumidores e empresários.
O Estado de São Paulo tem 30,8 mil lotes novos para venda em estoque ante o total de 173,6 mil lançados de janeiro de 2012 a junho de 2018. Os dados são de pesquisa realizada pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) em parceria com a Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano (AELO) e Bureau de Inteligência Corporativa (BRAIN).
A amostragem tem como base as 55 cidades que mais se destacam no segmento, representando 51% do total de projetos aprovados pelo Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Estado de São Paulo (Graprohab), de janeiro de 2013 a setembro de 2017.
No loteamento, a área total do terreno é subdividida em terrenos menores, os lotes. Eles devem ser entregues com todos os serviços básicos: rede de água potável, sistema de esgoto, pavimentação, eletrificação e iluminação pública.
De acordo com o levantamento, no primeiro trimestre de 2017 foram colocados no mercado 7,7 mil novos lotes em 25 loteamentos. No trimestre seguinte, o número caiu para 4 mil unidades em 10 loteamentos. Os números se repetiram nos três meses posteriores. O último período do ano teve aumento: 15,1 mil novos lotes lançados em 35 loteamentos.
Em 2018, porém, o número caiu para 4,5 mil lotes em 13 loteamentos lançados até o final do primeiro trimestre. O índice, no entanto, subiu para 5,6 mil no final do segundo trimestre, com valor global de vendas (VGV) de R$ 641 milhões.
As cidades com maior quantidade de lotes lançados no primeiro semestre deste ano foram: São José dos Campos (2.128), Campinas (1.552), São José do Rio Preto (1.045), Sorocaba (968) e Ribeirão Preto (881). Campinas também se destacou pelo VGV mais alto: R$ 222 milhões.
“Há tendência de diminuição da instabilidade no cenário econômico e é um bom período para avaliar as oportunidades das ofertas de lotes urbanizados”, afirma Portugal.
Professor de Marketing, Estratégia de negócios e Problemas Econômicos da Fundação Getúlio Vargas, Alberto Ajzental concorda. “Quem não quebrou ou perdeu o emprego, é menos provável que perca nos próximos anos, pois agora há um ponto de inflexão para melhor. Se o comprador está estável, é um bom momento para a compra de lote”, diz ele, que também é engenheiro civil e executivo financeiro do mercado imobiliário.
“O que define o preço é sempre a oferta e a demanda. Se a tendência é de o estoque diminuir, o preço tende a se manter ou aumentar”, acrescenta. De acordo com o professor, um lote pode chegar a valer 20% do valor do imóvel. “É um passo menor. Se tenho o sonho de ter um imóvel, o lote é muito mais acessível. É fácil comprar um lote, difícil é construir em cima dele”.
Segundo o estudo do Secovi-SP, a área média dos lotes em loteamentos abertos é de 209 m², enquanto nos fechados sobe para 364 m². O preço médio do m² de área privativa nos loteamentos fechados também é maior: R$ 558 ante R$ 415 nos abertos.
Outro ponto importante a se observar na compra de um lote diz respeito a verificar se o loteamento não é clandestino. A primeira diferença escancarada e que o consumidor pode identificar é a falta da documentação regular. Outro sinal claro de que se trata de um lote clandestino é o preço de venda. Nesse sentido, como em qualquer compra, o consumidor deve pesquisar e desconfiar se o valor está muito abaixo do mercado.
Esses loteamentos não cumprem os requisitos estabelecidos pela Prefeitura, como implantação de escoamento de águas da chuva, iluminação pública, tratamento de esgoto, abastecimento de água potável e eletricidade e iluminação pública. Além de enfrentar problemas de estrutura, o adquirente fica sujeito até a perder o lote, já que qualquer contrato de compra perde a sua validade quando seu objeto for ilícito.
Deixe uma resposta
Want to join the discussion?Feel free to contribute!