Reajuste do aluguel: o que fazer?
Para quem mora de aluguel, sentar frente à frente com o locador para definir os detalhes de renovação do contrato já é uma espécie de tradição. De um lado da mesa, aquele que investiu em um imóvel e agora quer valorizar ao máximo o seu investimento, e do outro está quem atualmente mora no local e prefere não ter que aumentar o custo de estadia ou arcar com uma nova mudança de endereço.
Nos anos de alta do mercado, a compra de imóvel para investimento em aluguel deu um salto, e muita gente ganhou dinheiro. Porém, com a recessão, o quadro mudou e muitas unidades ficaram disponíveis, retraindo o valor da locação em muitos casos.
Orientamos os proprietários que é melhor manter a unidade ocupada do que relocar o imóvel no mercado e não alcançar o preço de aluguel desejado. No momento atual, prega-se calma, pois ainda que existam reajustes represados, a economia já começa a reagir e em breve a valorização vai voltar.
Um drible nos aumentos que já esboçam um retorno pode ser alcançado por meio de uma comunicação saudável com o proprietário do imóvel. Se você é um bom pagador e cuida bem da unidade isso já te dá uma ótima vantagem na negociação, pois o manter o imóvel ocupado é mais importante para o proprietário do que um reajuste que talvez nem venha a gerar uma grande vantagem no bolso.
Os aspectos do mercado imobiliário e uma pesquisa de área podem servir como argumentos para manter o preço da locação congelado, já que é impossível reduzi-lo. Uma ótima estratégia para o inquilino é estar atento à variação do IGP-M, índice de inflação usado para balizar o aluguel. Se houve recuo, é mais fácil conseguir segurar a prestação mental. Pesquisar imóveis de padrão similar na mesma região também é uma boa estratégia, porém, é importante considerar o estado de conservação e outros fatores para que o argumento seja sólido. Caso as partes não entrem em consenso, o remédio é um só: preparar a mudança.
A relação saudável, a menos que se trate de um imóvel muito cobiçado por possíveis inquilinos, é prioridade para o proprietário, que a unidade se mantenha ocupada, portanto o ideal é dialogar de forma franca sobre a possibilidade de renovação sem aumentos bruscos.
Quem honra os seus compromissos sempre tem prioridade na fila. Busque pagar o aluguel em dia, e caso perceba que haverá atrasos, explique ao proprietário com antecedência, para evitar indisposição e constrangimentos. A lealdade no pagamento costuma contar muito na hora da negociação, é melhor tem alguém que paga em dia ao invés de ficar com o imóvel vago.
Um bom sinal para qualquer locador, é quando o inquilino cuida bem do imóvel. Mantenha a estrutura bem conservada, respeite as regras impostas por ambos proprietário e condomínio e procure ter uma boa relação com a vizinhança, queixas, reclamações e até mesmo multas condominiais podem influenciar o locador contra a renovação do contrato.
É importante também ir ao mercado e consultar a realidade das taxas de aluguel. Consulte imobiliárias, sites, aplicativos e até mesmo anúncios autônomos para tirar uma média dos preços praticados em imóveis no mesmo padrão, na mesma região da cidade. Ainda que diferentes empreendimentos apresentem valores diversos, a pesquisa pode te oferecer uma boa base de argumento na hora da negociação.
Aferido pela Fundação Getúlio Vargas, o IGP-M é o indicador principal indicador que mede o reajuste dos aluguéis, levando em consideração a inflação sobre itens de bens de consumos e bens de produção. Apesar das imobiliárias afirmarem que não existe variação negativa nos preços dos aluguéis, o recuo no IGP-M pode ser um bom argumento para manter a mensalidade congelada durante o próximo ciclo contratual.
Caso a renovação não ocorra, considere a pesquisa de mercado e tente encontrar uma opção de mesmo padrão, na região, para evitar maiores transtornos.
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